As vozes que alertavam tano e tanto,
e os fatos que clamavam, numerosos...
O lixo em rios e mar, calor de espanto,
o ar mudado em gases venenosos,
geleiras desnudando-se, sem manto...
E agora, um ser minúsculo, atrevido,
visando das crianças aos idosos,
mais ágil que o descaso empedernido,
nem liga pra chacota dos garbosos,
e diz que vem por tempo indefinido...
O mundo em quarentena, cisma, pranto...
Cuidemos uns dos outros!... É o sentido!
J. Thomaz Filho
Ó Terra, novamente me anuncias
que segues no teu giro, sem atraso.
Entendo que também me denuncias,
com teu olhar de mãe, pois o meu vaso
não deu as flores todas... Merecias!
O bom é que se quebra mais um ovo
e rompe lá de dentro mais um prazo.
Me cabe perguntar o que removo,
me cabe confirmar com que me aprazo,
me cabe decidir como eu me movo.
Trezentos e sessenta e tantos dias
pra eu firmar a paz de um Ano Novo!
J. Thomaz Filho
Um vírus põe o mundo inteiro em greve.
E tudo, sem piquete, vai parando...
A deusa Economia a que se atreve?
Sutil, nessa trincheira do "até quando?",
prepara um novo bote para breve?
A caixa de alfinetes tendo à mão,
espeta o mapa-múndi, maquinando
por onde irá sugar, e sem perdão,
as somas que perdeu seu cego bando,
que a todos faz reféns da espoliação?
A vida, no silêncio, sério escreve...
Quem é que aprende a ler essa lição?
J. Thomaz Filho
Sim, livra-nos, ó Pai, de todo o mal
– assim teu Filho ensina a bem dizer!
Jamais sejamos fonte, nem canal,
do que corrói a paz e o conviver,
do que faz da injustiça um lamaçal.
E livra-nos da vil indiferença,
do surdo preconceito a corroer,
dos laços da vingança e da descrença,
do cego comodismo a nos deter,
do medo frente à dor e à nuvem densa.
Que a força do Menino do Natal
vigore em nossas fibras, nos convença!
J. Thomaz Filho
Adilza, dê um alô pra São José.
Eu sei, vocês não usam calendário,
mas eu, aqui no chão, prossigo a pé,
medindo as estações com dia, horário
e clima, que requerem luz e fé.
E diga-lhe: lembrá-lo me faz bem.
Porque não tiro os pés do itinerário,
olhando sua Maria e seu neném,
que cresce e é nosso Mestre necessário,
que vem, e se faz Pão e enxerga além!
E espere aí por mim, pois sei que é,
também o tempo, bênção que nos vem!
J. Thomaz Filho
Não seja a tentação laço fatal
– assim teu Filho ensina a bem dizer –
no nosso conviver, no estrutural,
no dar, no avaliar, no pretender,
no ousar, mesmo que digam ser legal.
Não valha para nós a maioria,
tampouco a voz que grite a oferecer
sucesso, vil prestígio, mordomia.
Que venha a luz do Reino resolver
o rumo que na paz tem moradia.
Se a pobre manjedoura diz Natal,
no simples, despojado há garantia!
J. Thomaz Filho
Clique nos links abaixo para acessar o material:
Perdoa as nossas dívidas tal qual
– assim teu Filho ensina a bem dizer –
os nossos devedores – é o sinal! –
também nós perdoamos, com prazer:
assim, ó Pai, pedimos teu aval!
Se os pobres nos perdoam todo dia
por toda a usurpação que os faz sofrer,
com eles aprendamos a alegria
do Reino que revela o que é crescer:
na terra cultivar só harmonia!
Perdão é a luz que brilha no Natal,
caminho a percorrer, nobre ousadia.
J. Thomaz Filho
Vatican Media preparou cinco vídeos para acompanhar a publicação da Exortação Apostólica pós-sinodal "Querida Amazônia" do Papa Francisco. O vídeo introdutório tem três minutos de duração. Os demais têm cerca de 1'20", dedicados a um capítulo da Exortação.
Confira os vídeos e a documentação nos links abaixo:
Pai nosso, nos dá hoje o pão normal
– assim teu Filho ensina a bem dizer –,
o pão suficiente e fraternal,
que une o bom suor e o bem-querer,
em mesas sem a dor do desigual.
O pão – sempre suor de muita gente –
sustento, luz e bênção quer trazer;
porém também carrega o deprimente:
o peso do sobrar junto ao não ter,
o agravo do mostrar-se indiferente.
Se foi na manjedoura o teu Natal,
então ser pão pro irmão é ser decente.
J. Thomaz Filho